Inovação em produtos - Máquinas de lavar chinesas


Um caso simples de inovação em que o consumidor foi ouvido.

Máquina de lavar roupas e... batatas!


Essa é para quem acha que não temos o que aprender com a China:

"Quando um consumidor rural na província de Sichuan, China, reclamou que sua maquina de lava Haier continuava quebrando, os técnicos descobriram a tubulação entupida com lama.

Acontece que muitos consumidores rurais da china estavam usando as máquinas Haier – feitas para lavar roupas – para lavar batata doce e amendoim. Ao invés de alertar aos consumidores sobre o que não deveria ser lavado nas máquinas da companhia, os engenheiros da Haier modificaram o projeto da máquina para ajustar às suas necessidades.

Desde então, as máquinas vendidas em Sichuan vêm etiquetadas: 'Principalente para lavar roupas, batata doce e amendoim'.

A estratégia da Haier de ir de encontro às demandas de mercados locais nacional e internacional com modelos inovadores resultaram em aproximadamente 96 categorias de produtos e 15.100 especificações. Executivos da Haier sustentam que este tipo de inovação em especificações não foram caras de produzir, mas altamente valiosas para os consumidores."



Assim tão simples!


Texto original:
When a rural customer in China’s Sichuan province complained that his Haier washing machine kept breaking down, service technicians found the plumbing clogged with mud. It turned out that many rural Chinese customers were using the Haier machines – meant to wash clothing – to clean sweet potatoes and peanuts. Instead of warning customers about what should not be washed in the company’s machines, Haier engineers modified the washer design to accommodate their needs. From then on, Haier washing machines sold in Sichuan were labeled, “Mainly for washing clothes, sweet potatoes and peanuts.”

Haier’s strategy of meeting localized market demand at home and abroad with innovative models resulted in about 96 product categories and 15,100 specifications. Haier executives maintained that these kinds of feature innovations were inexpensive to produce, but highly valued by customers.

Gael e o Sorvete


Ilustração que fiz para um projeto pessoal.

Gael e o Sorvete - Ilustração
Gael e o Sorvete - Ilustração

[Gael é meu sobrinho, e ele adora sorvete!]

Criatividade - Prática

Leia os outros textos da série "Da Criatividade à Prática" [parte 1][parte 2][parte 3][parte 4][parte 5]


No mundo corporativo



Dentro de corporações grandes e pequenas, criatividade tem mais a ver com ideias úteis e solução de problemas da empresa, e acredito que este seja o termo chave aqui.


No mundo corporativo, criatividade é medida pela capacidade de solucionar problemas da empresa.


E aqui gostaria que vocês pensem um pouco sob o ponto de vista de uma organização.


Uma pessoa que tem ideias ao leo, que não são úteis à sua função ou a de outros, ou ainda que não são relevantes para o trabalho ou objetivos da empresa, etc, não apresenta grande vantagem. Certo?


Acredito que, em termos de criatividade [“a nível de” criatividade :))], no mundo corporativo existem duas categorias de trabalho: aqueles que tem que ser criativos e os que não tem que ser, que normalmente são funções burocráticas ou .


Você pode trabalhar de um lado, do outro, ou ainda dividir seu tempo entre as duas, alternando entre tarefas criativas e não criativas.


Entre os que têm a obrigação de ser criativos, encontramos [mas não nos limitamos a] designers [que surpresa, não?] e equipe de comunicação e marketing, arquitetos, equipe de P&D e desenvolvimento de produto, profissionais responsáveis por adequar produtos e serviços a novos ambientes e por resolver problemas em geral, inclusive administrativos e processuais.


E entre os que não trabalham diretamente com criatividade, normalmente encontramos pessoal responsável pela parte financeira e contábil, funcionários em tarefas mais simples ou manuais, como montadores, carregadores, faxineiros, mecânicos, e chão de fábrica em geral.


Ter uma função que não exija criatividade não significa que não se pode ser criativo ou que ninguém se beneficiaria disso. Estes funcionários simplesmente têm menos oportunidades, ou incentivo, de mostrá-la.


Note que todos os que necessitam de criatividade para desempenhar seu trabalho estão, de uma forma ou de outra, solucionando problemas. [Aqui usamos a palavra problema de forma mais abrangente, link]. Este problema pode ser um título para um release, a decoração da festa de fim de ano ou encontrar a melhor forma de como chegar a algum resultado esperado.


Criatividade e inovação



O mercado atual exige que todas as corporações sejam criativas para superar os principais desafios do dia a dia: atingir metas, aumentar vendas, lucro e/ou faturamento. Fazer mais com menos, enquanto melhora a imagem da marca. Tudo isso sem deixar de ser uma empresa sócio-ambientalmente sustentável e correta.


Sem perder o charme e a beleza.


E qual a palavra da moda para isso?


Inovação


E criatividade aliada à inovação é fundamental para a saúde empresarial hoje em dia.


Como estimular a inovação e criatividade no mundo corporativo?

Inovação corporativa não é minha praia, mas eu sei que, ao elevarmos o nível criativo geral de uma corporação e propiciarmos as condições para as ideias surgirem e se desenvolverem, as mudanças aparecerão naturalmente.


Acredito que a organização tem muito a ganhar se focarmos em dois grupos específicos dentro de uma instituição:

1- Alta gerência

Se tiverem que escolher uma única pessoa para fazer um intensivo de pensamento criativo, comecem de cima.


  • Os superiores inspiram direta ou indiretamente o comportamento de seus colaboradores, do setor e da empresa.
  • Ao iniciar o processo de cima para baixo na escala hierárquica, criamos um efeito cascata:
    • Um diretor tem ideias, metas e objetivos inovadores;
    • Seus gerentes [independente de serem criativos ou não] devem abraçar as ideias e elaborar planos [inovadores ou não] para atingirem os objetivos estabelecidos;
    • Os funcionários deste gerente, por sua vez, precisam aceitar as ideias e fazerem as coisas acontecerem.
  • Além disso nos níveis mais altos é que ocorrem as principais decisões,  as que mais impactam na corporação.


Notem que a cascata pode perder força ao se afastar da origem, na hierarquia, ou ao decorrer do processo, mas ainda assim existem pontos positivos:
  • Todos precisam se adaptar para seguir um novo ritmo e fluxo de ideias
  • Com o passar do tempo, aqueles que apenas aceitavam as ideias passam a ter esse tipo de fluxo criativo como algo normal, e posteriormente se tornam, eles mesmos, mais receptivos e criativos.
  • Se as ideias viessem de baixo e encontrassem superiores pouco abertos, as chances das inovações morrerem antes de sequer terem uma chance de existir seriam bem maiores.


Uma prova dessa importância é uma pesquisa recente feita com vários CEOs de grandes empresas ao redor do mundo, em que a criatividade é citada como a característica de liderança mais importante. [https://www.fastcompany.com/1648943/most-important-leadership-quality-ceos-creativity]
  • Aproximadamente 60% dos CEOs entrevistados citou a criatividade como a característica de liderança mais importante.
  • Líderes criativos também são mais preparados para quebrar com o status quo da indústria, segmento e modelo de vendas, e são 81% mais propensos a classificar a inovação como uma “capacidade crucial”.


Atividades não criativas



Concomitantemente à criatividade em cascata, a criatividade pode ser disseminada também ao longo de toda a escala hierárquica, nas atividades usualmente consideradas como não criativas.


Isso facilitará a compreensão e a recepção dos objetivos inovadores vindos de cima e consequentes mudanças em tarefas e ambiente de trabalho.


A aceitação de mudanças pode ser um processo complicado, e essa nova mentalidade ajuda a preparar a pessoa e a torna mais flexível.


Ao focar nas atividades pouco criativas [que pode inclusive incluir cargos de gerência também], possibilitamos o surgimento de inovações ligadas a funções específicas e departamentos.


Estas inovações seriam sugeridas pelos próprios funcionários. Seriam aquelas mesmas ideias que em outra situação encontrariam superiores pouco abertos e que impediriam seu crescimento.


Melhorando o nível criativo nas organizações



Pois bem, quais seriam as indicações do Sérgio para melhorar o nível criativo dentro das organizações?


Antes de tudo, é preciso compreender que criatividade não brota em um ambiente rígido e sisudo.


É preciso haver certo espaço para ela crescer, tempo para o ócio e para a diversão. Adicione uma pitada de caos para dar liga e paixão para o tempero.


Além de tudo, uma conexão emocional com o trabalho com a empresa e com o consumidor é muito importante, pois a criatividade está intimamente ligada aos nossos sentimentos. Faz parte da nossa motivação em criar.


Tudo isso não quer dizer levar as coisas de forma leviana.


Uma empresa precisa de resultados para sobreviver, e um dos principais segredos está em encontrar o ponto de equilíbrio entre atender prazos apertados e ter tempo para criar, produtividade e ludicidade.


Como são as empresas hoje:
  • Os espaços físicos normalmente são baseados na visão taylorista de produtividade: Limpos, ordenados sem cores ou espaços para descanso.
  • A estrutura e os processos normalmente não são favoráveis. Duros, engessados.
  • A relação entre tentar e errar no mundo corporativo é desfavorável à criatividade.
  • Os funcionários devem trabalhar em suas baias/cubículos
  • Não há tempo para troca de ideias e informações
  • Também não há tempo para elaborar melhor as projetos e conceitos
  • Não existe prazo. Tudo é para agora.


Os ambientes são voltados para a eficiência e produtividade pensados de uma forma mais mecânica. Uma parcela de caos é necessária para a geração de ideias.


Alguns elementos são sabidamente favoráveis para o processo criativo.
  • Aceitação e recepção de ideias, conceitos, práticas novos e diferentes [tanto em âmbito profissional quanto pessoal]
  • Mudança de conceitos pessoais e profissionais
  • Mudança de ares [espaço físico]
  • Mudança de meio social [ciclo de amizades, conexões pessoais]
  • Novas referências [leitura, imagens e ideias]
  • Novos conhecimentos
  • Choque de ideias
  • Caos, confusão [moderados]
  • Dificuldades [moderados]
  • Pressão  [moderada]
  • Erro
  • Questionamentos


Qualquer busca por estes elementos [não precisam se limitar a estes] tem potencial para melhorar o nível criativo e de aceitação de ideias em sua equipe.


Algumas notas e sugestões. Vamos nos manter no básico aqui:
  • A primeira coisa é que que haja iniciativa ou pelo menos a aceitação da alta gerência. [afinal, sem isso não vamos a lugar algum]
  • A empresa deve buscar por objetivos ambiciosos, únicos e que tenham valor para as pessoas
  • Conhecer a organização, sua estrutura, funcionamento, regras, cultura organizacional, clientes, fornecedores e parceiros é importante para a geração de ideias úteis.
  • Podem começar com pequenos projetos:
    • Sugiro montar equipes mistas: criativos e não criativos.
      • Haverá atrito, ainda mais durante a fase de adaptação.
      • Problemas de compatibilidade e aceitação de ideias entre criativos  e não criativos
    • Realizar rodízio entre as equipes
    • Aumentar gradativamente o número e a complexidade dos projetos
  • Criação de um Banco de ideias e outro para referências
  • Propiciar um ambiente controlado e receptivo ao erro. “Portanto, Criatividade serve muito para explorarmos o desconhecido, e para isso precisamos ter em mente que frequentemente vamos errar. Tentar e errar faz parte do processo criativo e um dos pontos básicos para ampliarmos nosso potencial criativo é justamente reconsiderar nosso "medo" de errar, talvez transformando a palavra em ‘testar’”. [http://www.intelliwise.com/seminars/criativi.htm]
  • Apesar de tudo, pressão ajuda. Prazos, orçamentos e qualidade devem ser duramente cobrados.
  • Pessoalmente, o que já observei, é que muitos profissionais não sabem ser criativos, e quando tentam não são bem sucedidos. Pegam ideias prontas e não aceitam novas ideias.
  • Não aceitar novas ideias é um grande problema em toda corporação.


Na prática do designer



Na vida do designer, a criatividade é constante e necessária.


Mas provavelmente não tanto ou da forma que as outras pessoas imaginam.


Nós lidamos com situações em que são necessárias soluções muito específicas para algum problema apresentado. Não podemos fazer simplesmente o que temos vontade.


Mas mesmo sendo uma criação super direcionada, a criatividade ainda é um elemento essencial durante a criação de coisas novas.


Conceitos, formas, marcas, ilustrações, grafismos, materiais, cores e texturas. Muito do que um bom designer faz é novidade de uma forma ou de outra.


Cada situação tem inúmeras peculiaridades, que exigem que todos as variáveis sejam pensadas e satisfatoriamente adequadas em uma única solução.


Tal como várias outras profissões, incluindo-se aí as engenharias, tão famosas por serem cartesianas e sem criatividade, o designer busca por soluções: qual o melhor material para determinado produto, como adaptar um espaço sem alterar a estrutura da construção, como fazer isso tudo caber ali dentro, como transformar A em B, X em Y…


A grande diferença é que o designer habitualmente esgota todas as possibilidades, tentando tudo o que estiver a seu alcance: métodos consagrados, fazer igual a outros produtos, inventando algo novo ou qualquer variável dentro deste espectro.


Não raro um designer gera centenas de possíveis soluções para um único elemento do problema maior.


Tudo, claro sem deixar de lado a função, usabilidade, e estética do resultado final.


Como dizia Thomas Edison:
“Minhas invenções são fruto de 1% de inspiração e 99% de transpiração”



Para finalizar, tenho um questionamento que ainda não consegui responder:
Quando criativos sobem na escala hierárquica, tendem a trabalhar menos com criatividade, enquanto os não criativos ao subirem têm que tornar-se mais criativos?


Faz um certo sentido. Isso significa que níveis hierárquicos superiores tem um nível criativo mediano?


Não sei...

E você? Na sua opinião, quais funções ou tarefas são as mais e as menos criativas?



Outros textos da série "Da Criatividade à Prática"

[parte 1][parte 2][parte 3][parte 4][parte 5]

Criatividade - Definição

Leia os outros extos da série "Da Criatividade à Prática"[parte 1][parte 2][parte 3][parte 4][parte 5]



O que é criatividade?

Atenção, esta parte da série é um pouco mais pesada, pois procurei definições em vários âmbitos diferentes: psicologia, psicanálise, filosofia e claro, definições do nosso dia-a-dia.


Vamos começar com o mais simples:


No dia-a-dia



Criatividade
substantivo feminino
  1. qualidade ou característica de quem ou do que é criativo.
  2. inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, quer no científico, esportivo etc.


De acordo com o dicionário Houaiss, criatividade pode ser definida como "a qualidade ou característica de quem [...] é criativo; inventividade; inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar". O dicionário Aurélio define criatividade como "capacidade criadora, engenho, inventividade; capacidade que tem um falante nativo de criar e compreender um número ilimitado de sentenças em sua língua."


A palavra criatividade vem do latim creō, que significa criar fazer.


No dia-a-dia, criatividade é a capacidade de ter ideias, ideias diferentes, inéditas [para a situação] ou não, pensar de forma inusitada ou sob novos pontos de vista, criar, montar, associar conceitos diferentes, mudar ou ainda ressignificar as coisas.


A pessoa criativa é inventiva, inquieta e sempre capaz de oferecer ideias e opiniões.


Normalmente tratados como artistas, e associados com positividade e esperteza [o que é diferente de inteligência]. São procurados por outros justamente por causa disso, sendo muitas vezes ponto de referência em seu círculo social.


Mas como a definição nos mostrou, não basta ter ideias. Para ser criativo é preciso transformar o imaterial em material.


Existe ação embutida neste conceito.


Criatividade é a combinação de criar + atividade.


“Essa capacidade de inventar, de criar, de compor a partir da imaginação.” [https://www.dicio.com.br/criatividade/]


Esta última frase nos leva a um ponto importante.


Criatividade é diferente de imaginação.


Imaginar é pensar, se manter na esfera do imaterial.
Criatividade se relaciona ao ato de criar, materializar.


Pensar-se voando pela cidade em um tapete mágico é ter imaginação. Transformar isso em uma história e escrever as Mil e Uma Noites é ter criatividade.


Para a academia

Psicologia

Existem várias definições diferentes para criatividade. Para Ghiselin (1952), "é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva". Outras definições:


"o termo pensamento criativo tem duas características fundamentais, a saber: é autônomo e é dirigido para a produção de uma nova forma" (Suchman, 1981)
"criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo" (Stein, 1974)
"criatividade representa a emergência de algo único e original" (Anderson, 1965)
"criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desarmonia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados" (Torrance, 1965)
"um produto ou resposta serão julgados como criativos na extensão em que a) são novos e apropriados, úteis ou de valor para uma tarefa e b) a tarefa é heurística e não algorística" (Amabile, 1983)



Sob o ponto de vista humano

Criatividade é a obtenção de novos arranjos de idéias e conceitos já existentes formando novas táticas ou estruturas que resolvam um problema de forma incomum, ou obtenham resultados de valor para um indivíduo ou uma sociedade. Criatividade pode também fazer aparecer resultados de valor estético ou perceptual que tenham como característica principal uma distinção forte em relação às "idéias convencionais".


Sob o ponto de vista cognitivo

Criatividade é o nome dado a um grupo de processos que procura variações em um espaço de conceitos de forma a obter novas e inéditas formas de agrupamento, em geral selecionadas por valor (ou seja, possuem valor superior às estruturas já disponíveis, quando consideradas separadamente). Podem também ter valor similar às coisas que já se dispunha antes mas representam áreas inexploradas do espaço conceitual (nunca usadas antes).


Sob o ponto de vista neurocientífico

É o conjunto de atividades exercidas pelo cérebro na busca de padrões que provoquem a identificação perceptual de novos objetos que, mesmo usando "pedaços" de estruturas perceptuais antigas, apresentem uma peculiar ressonância, caracterizadora do "novo valioso", digno de atenção.


Sob o ponto de vista computacional

É o conjunto de processos cujo objetivo principal é obter novas formas de arranjo de estruturas conceituais e informacionais de maneira a reduzir (em tamanho) a representação de novas informações, através da formação de blocos coerentes e previamente inexistentes.


“Basicamente, a criatividade pode ser conceituada como um conjunto de capacidades que permitem uma pessoa comportar-se de modos novos e adaptativos em determinados contextos (Mouchird e Lubart, 2002). Criatividade é também a capacidade de criar uma solução que é ao mesmo tempo inovadora e apropriada (Sternberg e Lubart, 1999). Newell e colaboradores (1963) utilizam quatro critérios para categorizar determinada solução como criativa:
• A solução é nova e útil, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade;
• A solução requer que sejam rejeitadas idéias previamente aceitas;
• A solução resulta de intensa motivação e persistência;
• A solução é obtida a partir do esclarecimento de um problema que era inicialmente vago. “


“Para a psicóloga Solange Muglia Wechsler, coordenadora do Centro de Criatividade e Desenvolvimento Humano da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, no interior de São Paulo, a criatividade deve ser entendida sob dois aspectos, o individual e o coletivo. “Se você inventa uma nova receita de bolo a partir dos ingredientes que tem em casa, está sendo altamente criativo no plano pessoal. Mas, para o mundo, aquele pode ser um bolo como qualquer outro”, afirma ela. As idéias, para serem consideradas geniais, passam, portanto, pelo crivo da sociedade.” [http://super.abril.com.br/ciencia/como-nascem-as-ideias/]


Um trecho da definição de Criatividade na Wikipedia diz: “do ponto de vista da psicologia e da psicanálise pode ser definida como uma fantasia que preenche o espaço entre o desejo e satisfação, inicialmente tal espaço é preenchido por fantasias onipotentes, e em um dado momento a onipotência necessita de uma representação da realidade e aí se estabelece a concretização da fantasia ou da criatividade. A psicanálise assinala que a transição da fantasia para sua realização estabelece a passagem do princípio do prazer para o princípio da realidade.”


Muito se diz sobre a relação entre a capacidade criativa quociente de inteligência [QI] de um indivíduo. Este ainda é um tópico em discussão.


Alguns pesquisadores são absolutamente favoráveis à relação, outros afirmam existir “uma forte correlação entre QI e potencial criativo, especialmente para QIs abaixo de 120 e com uma correlação positiva leve acima de QI 120” [wikipedia], há ainda outras opiniões, como as que dizem que ela tem “mais afinidade com motivação do que com inteligência” [wikipedia], que está mais associada às “características de personalidade, como receptividade a novas experiências, intuição e extroversão”.


Não vou me arriscar comentar sobre isso, pois este ainda é um campo que necessita de muita pesquisa.


Mas uma coisa é fato: A criatividade surge a partir da combinação de características próprias do indivíduo com seu meio. E este mesmo meio é necessário para a definição de uma ideia ou conceito como algo criativo.


Ufa…


Fiquem tranquilos, a partir do próximo artigo, vamos abordar a parte mais prática da criatividade.

Abraços



Outros textos da série "Da Criatividade à Prática"
[parte 1][parte 2][parte 3][parte 4][parte 5]

fontes:
https://www.dicio.com.br/criatividade/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Criatividade
http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/o-que-e-criatividade/59339/http://www.intelliwise.com/seminars/criativi.htm
http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/96/153
http://super.abril.com.br/ciencia/como-nascem-as-ideias/