Portfólio

Continuando o processo iniciado com a criação de uma marca e sua completa reestruturação, agora é hora de fazer o portfólio para divulgar a marca e os trabalhos já realizados.



Primeira etapa:
Criar um tema para o portfólio

Pergunta: Um portfólio precisa ter um tema?

Não.

Neste caso, foi utilizado um porque a marca não só permite como na verdade incentiva a fazê-lo. Tematizar geralmente torna o projeto mais divertido, pode ser com qualquer criação, desde um portfólio, uma marca, até um sistema de identidade corporativa, uma escrivaninha ou um edifício comercial, e faz parte da personalidade desta marca levar a vida de maneira mais leve.

Mas isso nem sempre é aconselhável, se o cliente fosse um escritório de advocacia ou de segurança eletrônica, por exemplo, a história poderia ser bem diferente, cada caso deve ser pensado de maneira única.


Acompanhando o processo de criação da marca, o tema do portfólio surgiu a partir do efeito visual que a marca causa [afinal a primeira função deste portfólio é divulgar esta nova marca no mercado].


Para tal foram feitas algumas perguntas:

  • O que é esta marca?
  • Sobre o que foi espirrada esta mancha?
  • O que pode ter causado isto?

Após um brainstorm chegou-se a uma história: A mancha na verdade é a evidência de um crime!

Resumindo, certo dia a atividade criativa aqui no escritório era tanta que estourou e sujou a parede toda! Os policiais analisam a cena mas não encontram nenhuma vítima e associam este e uma série de outros crimes à mesma pessoa. Adivinhem quem....


Dei o apelido de "Evidência Criativa" para este trabalho de desenvolvimento de marca.


[Não se preocupem, nenhum designer foi ferido durante o processo.]




Segundo Passo:
Criação do Portfólio impresso.

Capa do portfólio
capa

A criação do portfólio impresso se baseia nas icônicas pastas e fichas criminais que tanto vemos em filmes policiais americanos. Um estereótipo? Um lugar comum? Sim, e assim tinha que ser.

Uma solução extremamente simples, barata e de fácil posterior atualização [exigências do projeto]

A pasta é o dossiê sobre um serial killer, em que cada projeto/cliente corresponde a uma vítima, e cada peça uma evidência.



Assim como todo o resto, a capa também foi alterada de ficha criminal para portfólio. A primeira página [em papel vegetal] cobre as partes que denunciam ser um Dossiê.


Primeira capa do portfólio
Esta vem por cima, em papel vegetal
Segunda capa do portfólio
e esta é supostamente a original


As fichas de cada projeto são separadas por categorias e vêm com fotos 10x15 anexas com clipes de papel.
Divisória de categoria
Categoria de projeto
Página de projeto
Ficha do projeto

Todo o conjunto vem dentro de um envelope pardo, amarrado com barbante.
Ficha de dados do criminoso
Dados do "Criminoso"

Terceiro passo:
Portfólio digital


Capa do portfólio digital

Acompanhando o tema, foi criada a cena do crime. Cada seção do site é um detalhe da cena, e os projetos uma lista, feita à mão, como uma lista de tarefas do criminoso ou do detetive.

Toda as fotos foram tiradas aqui no escritório mesmo [com pequenas adaptações e licenças poéticas], e editadas para ganharem essa aparência de semi-ilustração.

Como o projeto possui grande liberdade, todos os textos seguiram o padrão do portfólio impresso: uma ficha policial aonde é possível encontrar as informações de cada projeto.


Página principal do portfólio digital
O material no chão é o link para as peças

Página sobre o "suspeito"
Ficha do Designer

Lista dos crimes
Listagem dos projetos

Página de projeto
Página dos projetos

Foto de projeto
Foto de projeto ampliada

Atualmente, este portfólio é distribuido somente em mini cd ou por download, mas pretendo em breve adaptá-lo para web.



Abraços
obs: Notem que hora alguma falei em conceito. Na minha opinião, conceito é diferente de tema.

Como nasceu a marca “É o Sérgio!!”

PARTE II – Agora sim, É o Sérgio!!



Mudanças acontecem, a personalidade, visão de design, necessidades, e principalmente o ambiente já não são os mesmos. Além do amadurecimento natural, a marca agora já não era mais de um estudante, mas sim de um profissional autônomo. Agora existe uma possibilidade real de encontrar clientes reais, inclusive os mais quadrados que nunca aceitariam uma identidade tão lúdica.

[Para acompanhar um mundo tão dinâmico, toda Identidade visual também deve se atualizar, se adaptar, ou quando necessário, mudar completamente.]

Apesar de rejeitar a ideia da mudança [era apegado demais à marca antiga], a necessidade se mostrou ser maior do que o desejo.

Criemos uma nova marca, então.

Como o projeto permitia e o cliente apoiava, este desenvolvimento foi feito de maneira razoavelmente experimental. Os passos serão citados, mas não me aprofundarei muito em cada um.


Primeiro passo:Pesquisa, pesquisa, pesquisa, pesquisa.


Preciso dizer mais?



Segundo passo:Uma imagem vale mais do que mil palavras.

Como esta é a identidade de um designer gráfico, que trabalha prioritariamente com imagens, iniciei o processo listando imagens e grafismos que eu gosto.. [ops!], que o cliente gosta. Destes alguns foram selecionados por terem potencial para virar uma marca ou por estarem melhor relacionados com o esboço de conceito que já tinha em mente..


Caderno de rascunhos com os conceitos para a marca
À esquerda a listagem dos grafismos



Terceiro passo:Em busca do Conceito

Como a primeira parte já teve um conteúdo ligeiramente conceitual, a segunda [esta sim, puramente conceitual] foi aliviada.

Listadas e devidamente selecionadas algumas mensagens [primeira coluna] e conceitos [segunda coluna, e que na verdade é uma decorrência da primeira], separei-os em três grupos que trabalhariam juntos. Nunca vi isso em lugar algum, portanto não sabia se ia dar certo [depois descobri que este método é bem difícil de trabalhar].
Lembrem-se que a marca é para mim, por isso que não foi necessário um brainstorm com muitos esboços ou conceitos, uma vez que já tinha em mente como a marca poderia ser há bastante tempo.

[Veja na imagem anterior, a página da direita]


Quarto passo:Risque e rabisque

Os desenhos foram inspirados pela combinação entre os conceitos da etapa anterior [aquele tanto de rabisco ligando cada um]. Notem que não foram desenvolvidas muitas alternativas, pois além de, como já disse, ser meu próprio cliente, esta etapa demorou muito tempo, porque estava ocupado com outros projetos e a coisa acabou maturando bem na cabeça. Notem também que inicialmente ainda estava na dúvida se mantinha elementos da marca anterior.


Caderno de processos com os primeiros esboços para a marca
O desenvolvimento das alternativas.
Achou os primeiros esboços da marca?



Quinto passo:Passando para o digital.

Digitalizadas as opções, podemos não só melhor visualizar, como também fazer pequenas mudanças mais facilmente.
Normalmente este é a etapa mais extensa do meu modo de trabalho, pois detalhista como sou, julgo cada mínima mudança de cor, forma ou composição, assim como cada combinações entre estas. Selecionamos então uma única opção, fazemos ajustes e pequenas mudanças até chegar à melhor solução.


Imagens do logotipo e da identidade já digitalizados
Resultados do desenvolvimento digital, depois de impressos



Sexto passo:Toques finais


Essa etapa é opcional. Na verdade, na maioria dos casos [inclusive no meu] chega a ser desnecessária.
Aqui criamos variações da marca. Variações de cor, com e sem assinatura ambas o caso em questão.



Posteriormente foram desenvolvidos os portfólios digital e impresso, cartão de visita, avatares para internet e este blog, coisas, que após um bom trabalho de marca, surgem naturalmente.

O próximo artigo vai ser sobre os portfólios.


Abraços e até lá!